Capão em tupi (kaá –pau) significa “ilha do mato”ou “uma porção de árvores isoladas no meio de um terreno”.
Na área onde está hoje o Capão Redondo existia e ainda existe o córrego Guavirituba, nome indígena pelo qual a região era conhecida nos primeiros tempos de São Paulo. Quer dizer “lugar onde existem muitas guarirobas”, um frutinha silvestre de sabor agridoce – ou melhor, como o índio dizia, um coquinho amargo.
Até os primeiros anos do século XX, a área onde esta hoje o distrito do Capão era conhecida apenas pelo seu nome tupi. Na década de 1910, quando não existia quase nada nas imediações, a Igreja Adventista resolver fundar o Instituto Adventista de Ensino e a Superbom, empresa de produtos alimentícios de propriedade da instituição religiosa.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é de origem norte-americana e foi organizada em 1863 em Battle Creek, Michigan, Estados Unidos, Autodenominaram-se adventista porque crêem no advento da volta de Jesus Cristo. A segunda parte do nome, Sétimo Dia, se refere ao dia bíblico da adoração, o sétimo dia da semana, o sábado.
As décadas se passaram e a região, eminentemente rural, foi ocupada de forma indiscriminada e predatória. A partir das décadas de 1950 e 1960 chegaram os nordestinos fugidos da grande seca e em busca de trabalho e moradia.
No correr dos anos 1970 o Capão passou por um verdadeiro boom populacional. A classe menos favorecida, sofrendo com o arrocho dos salários e com a queda do poder aquisitivo agravado pela inflação galopante, optou pela periferia, onde os terrenos eram baratos – às vezes de graça. Com isso, formaram-se diversas favelas e vilas, transformadas mais tarde em bairros.
É um número respeitável: 58 favelas e muitas vilas já consideradas bairros. O distrito do Capão Redondo é a dramática radiografia da periferia paulistana. Mais que isso , é uma gigantesca fotografia do descontrole da ocupação urbana e habitacional que se instalou em São Paulo por volta de 1950.
Fonte: 450 Bairros São Paulo 450 Anos
Editora: Senac São Paulo
Autor: Levino Ponciano