Endereço: Rua Araçatuba, 522
Bairro: Vila Romana – São Paulo, SP
Tel.: 11 3834-0004
Horário: 2ª a 6ª feira das 8h às 17h e sábado das 9h às 16h
cmclapa@gmail.com
HISTÓRICO DO ESPAÇO DE LEITURA CECÍLIA MEIRELES
O Espaço de Leitura Cecília Meireles, parte integrante do Centro de Memória e Convivio da Lapa, criado no início de 2008, está localizado nas dependências da antiga Biblioteca Cecília Meireles.
A Biblioteca foi criada pela Lei Municipal nº 3.853 de 18 de março de 1950, porém sua inauguração só ocorreu em 7 de setembro de 1956, em cerimônia transmitida por rádio do Gabinete do prefeito, Doutor Wladimir de Toledo Pizza.
Denominada primeiramente como Biblioteca Infantil de Vila Romana, passou a ser chamada Biblioteca Infanto-Juvenil de Vila Romana, e com o Decreto nº 22.555 de 6 de agosto de 1986, do prefeito Jânio Quadros, passou a Biblioteca Infanto-Juvenil Cecília Meireles. Na solenidade de inauguração participaram muitos moradores do bairro da Lapa, tanto adultos como crianças.
Na época de sua abertura a biblioteca contava com espaços para jogos e revistas, pintura, cerâmica, modelagem e mais tarde, sob a responsabilidade de Júlia Guida Gil, foi criado o teatro de fantoches. A “Hora do Conto” era uma das atividades muito apreciada pelos freqüentadores assim como palestras alusivas às datas históricas, como a Proclamação da República e a Fundação da Cidade de São Paulo.
Dados referentes ao acervo só aparecem em relatório de 1970, num total geral de 5742 volumes, sendo que na época a procura maior eram as obras de Monteiro Lobato, coleção “Menina Moça”, Walt Disney e livros de Condessa Ségur, para crianças entre 9 e 12 anos.
Em dezembro de 1957 foi realizado o primeiro empréstimo de livro, marcando o início do funcionamento da Sala Circulante. Em meados da década de 1960 a Sala de Pesquisa começou a ser mais procurada pelos estudantes. Em 1982, com a criação do projeto PABIE – Projeto Atividades Biblioteca Infantil-Escola, a biblioteca passou a ter um maior contato com as escolas estimulando mais atividades com os alunos.
A biblioteca passou por várias reformas, sendo que a primeira ocorreu em 1966, porém em fevereiro de 1967, uma chuva causou uma inundação onde foram perdidos 500 livros. A segunda reforma ocorreu em 1985, e incluiu a revisão geral das instalações e remodelação do espaço. Nesta fase o atendimento foi transferido para o Centro Esportivo “Edson Arantes do Nascimento”.
O programa “Escritor Brasileiro”(1990), possibilitou a unidade receber vários escritores, como Lia Campos Ferreira, Maria Lúcia Sampaio Góes, Luiz Camargo e entre outros. O projeto “Leitor Infinito” iniciao também em 1990, oferecia oficinas de leitura e poesias com a orientação das contadoras de história.
O Espaço de Leitura Cecília Meireles dispõe de um acervo de livros constituído de obras de referência, didáticos, paradidáticos e de literatura infantil e juvenil. Dispõe ainda de um acervo multimídia composto por cd-rom, vídeo, dvd e outros.
BIOGRAFIA DA PATRONESSE CECÍLIA MEIRELES
Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro, três meses após a morte de seu pai, Carlos Alberto de Carvalho Meireles. Antes de completar três anos de idade perdeu sua mãe e passou a viver com sua avó materna. Em 1910, concluiu o curso primário na Escola Estácio de Sá, recebendo prêmio por “distinção e louvor”.
Em 1917 formou-se na Escola Normal do Rio, dedicando-se ao magistério primário. A partir da década de 30, leciona literatura brasileira em várias universidades. Sua estréia em livro é marcada por Espectros (1919). cecilia meireles
Em 1922, casa-se com o português Fernando Correa Dias, artista plástico, e em 1923 publica a segunda obra Nunca mais… e poema dos poemas, com ilustrações do marido.
Inicia-se na literatura participando da chamada corrente espiritualista, sob a influência dos poetas que formariam o grupo da Revista Festa, de inspiração neo-simbólica. Posteriormente afasta-se desses artistas, contudo sem perder as características intimistas e introspectivas, numa permanente viagem interior.
No período de 1930 a 1934 colabora no Diário de Noticias do Rio de Janeiro, mantendo uma seção diária sobre ensino. Por essa referência é convidada em 1934 a organizar um Centro Infantil no Pavilhão Mourisco em Botafogo, onde então organiza a primeira Biblioteca Infantil do país.
Dedicou-se com a mesma seriedade e compromisso à poesia infantil.
Cecília Meireles faleceu em 9 de novembro de 1964, no Rio de Janeiro. Deixa inacabado um poema épico-lírico alusivo às comemorações do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro. Em 1965 recebe da Academia Brasileira de Letras, post-mortem, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.