No ano de 1562 houve um forte ataque de índios inimigos a Vila de São Paulo de Piratininga, repelido pelos moradores e pelos índios catequizados. Após a agressão, foi erguido pelos portugueses o Forte de Embuaçava, na margem do rio Tietê, perto da foz do rio Pinheiros. Os índios da cidade foram então para um local conhecido como nossa Senhora dos Pinheiros. Embora muitos duvidem que houvesse pinheiros por aquelas bandas, o fato histórico é que em 1584 um decreto da Câmara previa multa de 500 réis para quem cortasse alguma árvore do bosque dos Pinheiros da rua São José (atual Pais Leme).
A primeira igreja de Pinheiros, Nossa Senhora do Monte Serrat, que se ergueu quase junto com o aldeamento, tem um história muito estranha. Alguns índios, insatisfeitos com o tratamento recebido, invadiram a igreja. O chefe decapitou a imagem de Nossa Senhora e deu a si mesmo o nome de “Mãe de Deus”.
Por volta de 1600, o caminho de Pinheiros – hoje, rua da consolação – era um dos principais da Vila de São Paulo, Esse era o único acesso à aldeia indígena e a outras terras que ficavam além.
É interessante notar que sempre houve uma ponte para a travessia do rio Pinheiros. Em 1865 essa ponte, frequentemente destruída por enchentes, teve solução definitiva com a construção de uma outra, metálica.
O progresso foi chegando à região de Pinheiros e só se estabeleceu mesmo no fim do século XVIII, quando a capital experimentou o desenvolvimento a partir do dinheiro da exportação do café. Para ali foram imigrantes de varias nacionalidades, principalmente italianos e, anos mais tarde, japoneses.
Por volta de 1920 fundou-se a Sociedade Hípica Paulista, que veio aumentar ainda mais o movimento nas imediações. Um dos fatores do progresso de Pinheiros foi a instalação da Cooperativa Agrícola de Cotia – fundada por japoneses. Era uma das mais poderosas e ricas cooperativas do Brasil. Basta citar um número: em 1957 ela tinha mais de 5 mil associados e suas propriedades cobriam de 140 mil hectares.
O bairro firmou-se como uma região de classe média, com intenso comércio e grande número de indústrias.
Fonte: 450 Bairros São Paulo 450 Anos
Editora: Senac São Paulo
Autor: Levino Ponciano